sexta-feira, 13 de julho de 2007

O Brasil Holandês e a urbanização tropical


É provável que o assunto que mais mexa com o imaginário coletivo e histórico do povo pernambucano, seja a invasão e o governo dos holandeses, além é claro da Restauração (momento da expulsão dos holandeses). Eles vieram, viram e venceram. Durante 24 anos (1630-1654), os holandeses se instalaram no Nordeste do Brasil, dominaram as regiões litorâneas de Pernambuco, Paraíba, Alagoas e partes do Rio Grande do Norte, Ceará e Maranhão. Passada a malfadada invasão a Salvador (1624-1625), implantaram aqui, um governo que conseguiu manter a maioria dos senhores de engenho como aliados e que possibilitou que convivessem de modo relativamente harmônico, judeus, “cristão-novos”, católicos e protestantes.
Durante este período o Recife se tornou o principal centro urbano do “Brasil Holandês”. Investimentos em urbanização da antiga vila de pescadores e marinheiros fez com que a mesma mudasse (talvez tenha sido o maior investimento em urbanização no processo de colonização dos trópicos até aquela altura).
O maior responsável pela estabilidade e pelo desenvolvimento da Capitania de Pernambuco foi Maurício de Nassau – com governo de 1637 a 1644 -, que a despeito das intenções da Companhia de Comércio das Índias Ocidentais, fez investimentos no Nordeste Brasileiro, negociou dívidas com senhores de engenho e concedeu créditos para a recuperação dos engenhos.
É importante salientar que, a condição de pobres, escravos africanos e índios pouco ou nada mudou.
No plano administrativo, artístico e urbano, aí sim se pode falar em grandes diferenças.
Este domínio dos batavos chegou mesmo a provocar uma polêmica: O Brasil teria sido melhor se tivesse sido colonizado por holandeses?
Vale lembrar que esta polêmica deve muito ao governo de Maurício de Nassau, e o governo de Nassau foi um período diferenciado da Administração Holandesa.
Como será que o leitor vê esta situação?

· Sim, o Brasil seria diferente e melhor com certeza.
· Não, nada mudaria, o objetivo era o mesmo: explorar.
· Não sei, talvez mudasse. Faltam elementos para definir melhor.

Para mais veja:



SILVA, Luiz Geraldo. O Brasil dos Holandeses. Coleção A Vida no Tempo, São Paulo: Atual 1997.


MELLO, Evaldo Cabral de. Rubro Veio, O Imaginário da restauração pernambucana. Rio de Janeiro: Topbooks, 1997.

P.S.: Não deixarei de mencionar o Dia do Rock, gênero sempre atual. Também faço menção à Sexta-Feira 13 ( que muitos vêem como mau augúrio), veja mais em http://historia.abril.uol.com.br/2006/edicoes/almanaque/mt_237403.shtml e também saúdo a abertura oficial dos Jogos Panamericanos.

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